O jogador brasileiro Raphinha, atuante pelo Barcelona, foi recentemente multado em 601 euros (aproximadamente R$ 3,3 mil) após demonstrar solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul durante uma partida contra a Real Sociedad. A multa foi imposta pelo Comitê de Disciplina da Federação Espanhola de Futebol devido a uma celebração em que o atleta exibiu uma camisa com uma mensagem de apoio sob o uniforme oficial.
Após marcar o segundo gol na vitória de 2 a 0 sobre a Real Sociedad, Raphinha revelou uma camisa que trazia a bandeira do Rio Grande do Sul e a inscrição em inglês: “Ore pelo Rio Grande do Sul”. Este gesto, apesar de seu claro objetivo solidário, infringiu o artigo 96 do Código Disciplinar espanhol, que proíbe jogadores de levantarem a camisa para exibir qualquer tipo de mensagem ou propaganda, independentemente de suas intenções ou conteúdos.
Precedentes de multas similares no futebol internacional
Esta não é a primeira vez que jogadores são sancionados por atos semelhantes. Lionel Messi, por exemplo, também já foi multado por uma homenagem, quando exibiu a camisa do Newell’s Old Boys após seu primeiro gol logo depois do falecimento de Diego Maradona. A penalidade aplicada a Messi foi lembrada pela imprensa catalã como um precedente relevante no caso de Raphinha.
A multa aplicada a Raphinha gerou debates sobre a regulamentação das celebrações no futebol e sobre como as regras podem interferir na expressão pessoal e solidariedade dos jogadores. A federação também aplicou uma multa de 350 euros (aproximadamente R$ 1,9 mil) ao Barcelona, reforçando a rigidez com que o regulamento é aplicado, independentemente das circunstâncias emocionais envolvidas.
Embora as regras sejam claras quanto à proibição de manifestações pessoais que utilizem a vestimenta como meio, casos como o de Raphinha trazem à tona uma discussão maior sobre até que ponto a regulamentação deve interferir. A expressão de solidariedade, especialmente em momentos de tragédia, é um aspecto humano natural. O futebol, como fenômeno cultural que transcende o mero esporte, reflete também as emoções e realidades sociais de seus protagonistas e espectadores.
O assunto gera ainda mais revolta devido aos inúmeros casos de racismo contra jogadores brasileiros na Espanha que não foram punidos, como vimos recentemente nos ataques a Vini Jr.
